Desconstruía a mureta pra erguê-la novamente. Nunca olhava atrás dela, pois não via necessidade. Nem quando não havia a mureta física. Desconhecia-se o que havia atrás da mureta. A mureta, cheia de buracos e falhas, não revelava o que havia atrás. A mureta só existia e passavam jovens parcialmente vestidos e a pulavam com enorme facilidade enquanto desconstruía e erguia-se novamente a mureta cinza de barro duro.
Um dia, surgiu uma marreta carregada por uma figura. Não sei como era a figura, qual era a cor de seu cabelo, o tamanho de suas orelhas, o que ela fazia nas noites de Quinta, não importava. Mas a marreta chegou. E a marreta ria um sorriso largo e arrogante e seus olhos olhavam o nada e estavam completamente vesgos e um tanto vermelho e ela sorria muito. Com um movimento pendular, a marreta começou a estalar a língua. Tloc, tloc, tloc. A marreta era um relógio de pêndulo, veja só. Ela quase encostava na mureta com força tremenda, prestes a dizimá-la. Mas não encostava momento algum. Tloc, tic, tloc, tac, tloc.
E aí desconstruía-se a marreta o relógio o cabelo da mureta o tempo passado e o tempo que tloc viria a tlocar alguma hora e que horas eram? Já nao importava pois o tempo havia sido desconstruído mas logo se erguia de novo assim como a figura e a mureta e a marreta formava cercas e cercas altas de cerca viva cercadas de parreiras vivas de martelinhos e marretas e muretas e murros na figura que desconstruía-se completamente e as vezes até esquecia-se de se erguer mas e daí? Ela era a coisa menos importante da coisa toda e isso se estende até hoje tloc e não afeta em nada sua vida embora talvez devesse mas tloc quem se importa...
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